sábado, 8 de janeiro de 2011

A Capelinha não é assim... um boteco!

Botecos - Luís Fernando Veríssmo

            E tinha a história do Nascimento, que um dia quase brigou com o garçom porque chegou na mesa, cumprimentou a turma, sentou, pediu um chope e depois disse:


            _ E trás aí uns piriris.
            _ O que? – disse o garçom.
            _ Uns piriris.
            _ Não tem.
            _ Como, não tem?
            _ “Piriris” que o senhor diz é...
            _ Por amor de Deus. O nome está dizendo. Piriris.
            _ Você quer dizer – sugeriu alguém, para acabar com o impasse – uns queijinhos, uns salaminhos...
            _ Coisas pra beliscar – completou o outro, mais científico.
            Mas o Nascimento, emburrado não disse mais nada. O garçom que entendesse como quisesse. O garçom, também emburrado, foi e voltou trazendo o chope e três pires. Com queijinhos, salaminhos e azeitonas. Durante alguns segundos, Nascimento e o garçom se olharam nos olhos. Finalmente o Nascimento deu um tapa na mesa e gritou:
            _ Você chama isso de piriris?
            E o garçom, no mesmo tom:
            _ Não. Você chama isso de piriris!
Tiveram que acalmar os ânimos dos dois, a gerência trocou o garçom de mesa e o Nascimento ficou lamentando a incapacidade das pessoas de compreender as palavras mais claras. Por exemplo, “flunfa”. Não estava claro o que era flunfa? Todos na mesa se entreolharam. Não, não estava claro o que era flunfa.
            _ A palavra está dizendo – impacientou-se Nascimento. – Flunfa. Aquela sujeirinha que fica no umbigo. Pelo amor de Deus!


Do livro “A mesa voadora”, editora Objetiva, páginas 94 e 95.



quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sucesso em 2011

Imagine que hoje é seu último dia na Terra. Agora, faça uma lista mental de todas as coisas que conseguiu, todas as coisas de que se orgulha e todas as coisas que deixaram você realmente feliz.
O seu carro está nessa lista? A sua televisão? Seu aparelho de som? O seu salário faz parte dessa lista? Não acredito. O que está na lista são os elementos fundamentais de uma vida plena - seu relacionamento com seus amigos e sua família, suas contribuições para a felicidade dos outros, os momentos marcantes e de maior emoção. Estes são os alicerces da sua lista.
Muitas pessoas vivem dia após dia se enganando. Em vez de investirem no que é fundamental, priorizando esses valores, colecionam coisas materiais e prestígio sem questionar o que "SUCESSO" significa realmente.

O FOFOCA DE HOMEM deseja o verdadeiro sucesso em 2011 pra você e pra todos nós.

(texto do livro de David Niven, Ph. D., "Os 100 segredos das pessoas felizes", pag. 25, editora sextante)

QUER DIZER QUE NÃO TEM PINBALL?

Coisas limpinhas e corretinhas estão na moda, e isso é horrível. Descobri da última vez que quis jogar fliper. Foi assim: botei cinco dinheiros no balcão e pedi (com educação): “Moço, me vê dez fichas”. O sujeitinho me mediu e perguntou: “Fichas, como assim?”. Vi que ele era folgado demais para alguém tão pequeno (vááários centímetros a menos que eu), mas ainda estava calmo e expliquei didaticamente: “ficha para jogar, ué não está escrito ‘games’ ali na placa?”. O puto deu uma risadinha arrogante e disse: “Não, aqui é lan house (oh merda!), você pode estar jogando no computador (depois de algumas vodcas a gente vê umas luzes e lê ‘videogame’ e já acha que é fliperama, quem vai pensar que é uma dessas putices de lan house) e blablabla”. Comecei a pensar, o mundo está perdido mesmo. Alguém me explica qual é a graça de 1) pagar caro (o fliper custa 50 cents); 2) jogar sentado (no fliper,a graça sempre foi chutar a máquina, ou melhor; foder a máquina).

Maldita assepsia do ocidental moderno. Tudo tem que ser limpinho e controlado, sem erro, sem riscos. Resultado? Comida sem gosto, carne de plástico, gente de plástico, rock de mentirinha, raciocínios rasos, óbvios e livres de contradições, tudo bem bonitinho, confortável e feliz, pronto para ser comprado. No alarms and no surprises. Mas se não há possibilidade de erro, não há necessidade de enfrentar novas soluções, logo não há criatividade.Vidas longas ás coisas sujas, complicadas, às paixões descontroladas, às contradições, aos problemas e a tudo o que for imprevisível. Humanidade imprevisível e não maquinalmente planejada. Nada de sistematizar a vida, pensando como máquinas. Máquinas (de pinball, pelo menos) servem pra gente chutar num jogo exaltado, e ponto final.


texto de ANA PANDS, para a Revista MTV, nº45, em fevereiro de 2005.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

sábado, 25 de dezembro de 2010

Quem? Dona Rosa?

Olha, tem gente que não gosta de Os Normais, diz que tem muito palavrão e tal. Eu acho que palavrão faz parte da vida. É nosso sistema límbico em ação (vida longa à super-interessante). Independente do que se acha, ou se diz, enfim, não dá pra negar algo: O primeiro filme da série nos ensina como funciona a cabeça de uma mulher enloquecida, tomada pelo ciúme. Descontrolada. Também não dá pra negar que as vezes a culpa é toda nossa. Nesse diálogo a frente, que foi tirado do filme, entenda do que estamos falando:

OS NORMAIS - O FILME
[VANI] De quem é esse batom nessa taça, Sérgio?

[SÉRGIO] Qual batom? Batom? Só pode ser seu, Vani.

[V] Não. Meu não é. Eu testei um por um.
Eu estava levando todos os meus batons
pra nossa lua de mel.

[S] Tava? Como assim "tava"? Não tá mais?

[V] Você entendeu o que eu quis dizer, não entendeu?

[S] Não, Vani, não entendi. Você tá me acusando de alguma coisa, é isso?

[V] Eu? Não. Por enquanto não. Primeiro, eu quero saber
de quem é esse batom nessa taça, Sérgio.

[S] Ai, Vani, sei lá. Isso pode estar aí há séculos.

[V] Não, não pode. Porque se estivesse estaria seco, mas
ele está úmido. Quem bebeu aqui nessa taça, bebeu hoje
de manhã, no máximo ontem a noite, Sérgio!

[S] Bom, se não é seu, não sei. Será que essa faxineira anda bebendo? Pode ser...

[V] Quem? Dona Rosa? Crente kardicista, viúva, mãe de cinco filhos, que não pratica sexo desde 1963, bebendo champagne numa taça de cristal com batom rosa-choque, Sérgio?


Aím quando sua muolher começar a reclamar, voce pode dizer que "é só um batonzinho, pode ser de qualquer uma!". Ou não? Não tenha uma Dona Rosa em sua vida...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Capitão Nascimento Interroga - Papai noel

Pra acabar com as esperanças de todos (eu mesmo fiquei na maior frustração quando soube a verdade do Papail Noel) e pra relembrar nosso primeiro super herói Brasileiro, o capitão nascimento, uma charge pra descontrair. Feliz Natal a todos, e que 2011 seja ainda melhor.

Bin Laden escreve ao Papai Noel... e DESABAFA!

Finalmente, o fofoca de homem descobriu o porque de tanto ódio do Osama, e a culpa é do Papai Noel!